Mês
de novembro, mês de Sophia
Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu no
Porto, em 6 de novembro de 1916, e faleceu em Lisboa, em 2 de julho de 2004.
Pelo lado paterno, é de origem dinamarquesa. Vive a sua infância na Quinta do
Campo Alegre, da qual diz ter sido "um território fabuloso com uma grande
e rica família servida por uma criadagem numerosa". Influenciada pelo avô
materno, Thomaz Mello Breyner, cedo começa a tomar contacto com os grandes
escritores portugueses.
Os seus pais alugavam uma casa na praia da
Granja para passar férias de verão. A Quinta do Campo Alegre e a casa da praia
da Granja, voltada para o mar, estão omnipresentes na sua obra, pois ali passou
uma infância feliz, uma adolescência e juventude muito sadias. Contudo, a casa
da Granja destaca-se, pois a voz do mar, dos búzios, dos corais ficará para
sempre gravada no seu coração e será a sua musa inspiradora.
Em 1947, já casada com Francisco Sousa
Tavares, inscreve-se na Assembleia da Granja, frequentada pela elite cultural
do Porto e por muitos espanhóis cultos. Do seu casamento nasceram cinco filhos,
um dos quais o conhecido jornalista Miguel Sousa Tavares.
Instalada em Lisboa, matricula-se em
Filologia Clássica na Faculdade de Letras. Apesar de não ter concluído o curso,
contacta com a cultura clássica que muito a veio a influenciar.
Nascida e criada na velha aristocracia
portuguesa, educada nos valores tradicionais da moral cristã, dirigente de
movimentos universitários católicos, vem a tornar-se uma das figuras mais
representativas de uma atitude política liberal, denunciando os falsos
critérios do regime salazarista e os seus seguidores mais radicais. Em 1975,
foi eleita para a Assembleia Constituinte pelo círculo do Porto numa lista do
Partido Socialista, enquanto o seu marido navegava rumo ao Partido Social Democrata.
Dedicou
especial atenção à literatura infanto-juvenil, e foi nos seus 5 filhos que encontrou inspiração
para escrever contos infantis. Motivos concretos e símbolos excecionais para
cantar o amor e o trágico da vida foi-os buscar ao mar e aos pinhais que
contemplou na Praia da Granja; com a sua formação helenística, encontrou
evocações do passado para sugerir transformações do futuro; pela sua constante
atenção aos problemas do homem e do mundo, criou uma literatura de empenhamento
social e político, de compromisso com o seu tempo e de denúncia da injustiça e
da opressão. Foi agraciada com o Prémio Camões em 1999.
É um dos nomes maiores no panorama da poesia contemporânea portuguesa.
Alguma da sua bibliografia:
Obras poéticas: Poesia (1944), Dia do Mar (1947),
Coral, (1950), No Tempo Dividido, (1954), Mar Novo (1958), Livro Sexto (1962)
Geografia (1967), Dual (1972), Nome das Coisas (1977), Musa (1994), etc. Obras
narrativas: O Cavaleiro da Dinamarca, Contos Exemplares, Histórias da Terra e
do Mar, A Floresta, A Menina do Mar, O Rapaz de Bronze, A Fada Oriana, etc.
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